quarta-feira, 25 de agosto de 2010

A doença do poeta

O meu ofício é inútil
Os homens não têm alma
Para a linguagem dos poetas

Rimas ricas ou vazias?
Balbuciar é o mesmo!

O mundo dos poetas
É o nada
Cheio de dores e paixões doentias

Nossos poemas servirão de contos
Ou anedotas
Aos mais retardados de inteligência
Nosso trabalho de sonhador
Não tecerá o eterno de nossas palavras não ditas

O meu ofício é inútil
Dele foge o bom-senso e a razão
Mas é com ele que me sustento
É ele o meu alento
Na luz, nas trevas e na solidão

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Führer Führer Führer

Escolha mein Führer
Preto, branco,
Vermelho ou de Vênus
Ainda sou tão pequeno
Escolha-o por mim

Mas não o deixe pisar nos homens
Nem sentir-se o próprio Zeus
Como fazia um certo Führer

Escolha mein Führer
Saudando-o com -Heil!
Ainda sou tão pequeno
Saúda-o por mim

Mas não deixe o Führer perceber
O teu grande medo
De o escolher por mim

Escolha mein Führer
Sorteando-lhe de homens brandos
Para que contraste comigo - ainda sou tão rude!
Sorteie-o por mim

Mas não deixe
Que mein Führer não queira
Diga-lhe que seu Führer o chama
Diga isto por mim