sábado, 26 de junho de 2010

Desabafo

Algumas pessoas não sabem amar
Ou melhor, não amam
Se dizem maridos, esposas, namorados
Mas não lhe permitem olhar para o lado
Nem abraçar teu melhor amigo

Ciúme é a maior burrice de um homem
de uma mulher
É achar-se dono do outro
É subjulgar o outro
É falta de confiança

Vejo então rostos tristes
e com vontade de chorar
Mas o ciúme não deixa eu consolá-los
nem ao menos abraçá-los

Eu quero que se dane pessoas egoístas
que tiram meus amores de vista
que proíbem minhas amizades
Isso não é amor
Isso é possessividade

Mas cada um sabe o que quer para si
E não fico triste com isso
Seja homem
Seja mulher
O amor suporta qualquer privação
E nenhuma amizade minha
o egoísta enfraquecerá
Pois em amo em plenitude
e ele nem sabe amar...

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Amiga




Se do teu riso eu for causa
E do teu choro o ombro
Serei na chuva tua casa
Da agitação teu sono
Quando quiseres a minha asa
Que faz-me voar sem censura
Prova também do meu mel
E da minha negra loucura
Ser teu amigo é dádiva
Escorrente do cálice dos deuses
É como o Sol
Que vai e volta
Cheio de encontros e adeuses...


Para Carla Luz

sexta-feira, 18 de junho de 2010

terça-feira, 15 de junho de 2010

Nas escuras madrugadas do meu quarto




Eu quero dormir pois a noite é curta e o cansaço é muito...
As dores de cabeça não ajudam nem um pouco. A vontade de estar perto de alguém e longe de mim mesmo corrói toda a minha paciência.
Os cigarros fictícios já não comprazem minha dor... e a dependência, que nunca existiu, começa a desaparecer, e minha imaginação, que está junto a ela, vai pra talvez não mais voltar.
Eu só quero uma senhora, ou um senhor, que eu possa comprar flores e charutos; que eu possa, juntos, contar os infinitos grãos de areia do mar. Mas nada é como tem que ser. Mas como tem que ser?
O amor nunca me foi algo bom. E talvez nunca seja.
Não gosto de estar na solidão deste frio quarto. Porém eu preciso aprender. E aprender dói. Que as feridas cicatrizem o mais veloz possível.
E que, quando eu achar o meu bem, que eu ainda sinta as dores das sequelas sentimentais, para que eu não esqueça do quanto ele vale a pena.

Mais uma de amor. Mais uma de dor



A lua cheia iluminava o meu amor
Na primavera
E a menina, deusa, flor
Amante, amor
Figura bela
Dizia coisas pro meu coração
Atordoado
E o flagelo dessa dor se dissipou
Pra todo lado
Espalhando meu sangue já frio...
Mas, como estiver meu coração,
Quero cantar uma canção,
Triste
E sem rima.

Poema de Antônio Barreto




Apenas aprendo
No céu dos astrônomos
uma frase feita:
'quero compreendê-la'.

Porque nada leio
No céu dos astrólogos,
A não ser teu nome
Em cada estrela.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Lição dolorida, porém lição




Hoje eu não vim fazer poesia.
Eu vim contar uma lição que eu tive e espero que seja proveitosa pra gente.


Esses dias têm sido uma merda pra mim. Tenho me sentido péssimo, triste, infeliz e sem motivo algum pra sorrir pra alguém.
Meus grandes amigos estão distantes. Na verdade são amigas. O problema é que uma se apaixonou por mim e eu me apaixonei pela outra. Eu ferrei com tudo. Mas eu não queria, não queria mesmo ter feito isso.
Eu as amo. E muito mesmo. Nunca me dei bem com duas pessoas tão rapidamente como com elas. E todo esse afastamento, que eu espero que seja passageiro, tem me doído muito.
Se ao menos eu pudesse gritar... mas não posso, e não quero. Quero e vou passar uma imagem de forte, de insensível, embora todos saibam que eu não sou nem um pouco.
Eu só queria agora os ombros que me consolavam nas desilusões e que me faziam sorrir no carro. Queria somente chegar quinta e ficar conversando até as tantas da noite depois do centro; queria voltar a pegar carona aos domingos depois do coral só pra ir pertinho dela, conversando sobre as mais idiotas e sensacionais coisas...
Mas essa porra desse sentimento chamado amor só tem ferrado comigo. Queria eu estar apaixonado pela minha amiga para poder ficar junto a ela como dois amantes. Mas agora eu estou fraco em relação as minhas próprias cores. Que por sinal, já estou de saco cheio.
Por vontade própria eu decidi me afastar dela, visando assim sua melhora de mim. Mas como isso tem sido difícil!
A "amiga" pela qual estou apaixonado, não seria diferente, não sabe como agir comigo quando me vê. E eu estou sem ninguém. A única e parte integrante e insubstituível das minhas amigas que tem me ajudado de forma direta é a Flor. E a ela devo todo esse meu ombro duro pro que der e vier...
Não vou escrever muito porque já estou morrendo de dor de cabeça.
Só queria que ficasse claro o meu amor por todas essas três pessoas. E tirando a Flor do círculo só nesse momento, pedir perdão a elas por tudo que eu possa ter feito para magoá-las de alguma forma. Desculpe-me mesmo, minhas amigas, por esperar demais de uma e por não corresponder as expectativas de outra.
Mas creiam que eu já estou melhor, e ficarei. Só falta agora deixar de ser imaturo, chorão e indecididamente decidido.

E então, AMIGA... embora eu não ache que haja nada a ser perdoado, eu lhe perdoo, já que é isso que você quer ouvir.
E também lhe peço o mesmo: ME PERDOA?
E espero que assim possamos todos sermos amigos como éramos antes e rir das bobeiras doídas do passado.

sábado, 5 de junho de 2010

Amor que difere




Amigos
E paixões: isso nunca dará certo
Nunca houve uma combinação
Pelo menos não comigo...
Gases nobres não se misturam
E isso não é muito bom.

Antes fosse uma baderna
E todos fossem correspondidos
Esquecidas fossem as desilusões
E os amores sentidos no momento.

Entregar-me-ia no mesmo instante
E não mais sofreria
Como ando sofrendo.

Ela me quer e eu o quero
E isso tudo é muito confuso
Não para mim, que sou
Mas pro outro, insensível.

Deixa eu sofrer um pouco
No momento
E talvez eu volte a amar
Como deveria...

Sentimento preconceituoso




O amor sempre nos confunde
Ele é preconceituoso
Permanece em mesmo gênero quase sempre...
Mas, às vezes, alguns fogem do comum
E abrem as portas do peito
Para a pintura com novas cores.

Descobrem assim novos estilos
E as telas se modificam
Uns aprovam e outros não
Mas já está pintado agora
E não há mais volta.

O maior problema é a exposição
E seus tomates podres e fedorentos...
Mas já está feito o artista
E não há mais volta.

Para M.Z.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Se me amar dói, me odeie, por favor

Queria que o amor não existisse
Que os amigos não se amassem
Que não existissem desilusões
Porém não posso fazer nada

Não foi rejeição
Não te rejeitaria nunca
Não da forma que acho ser rejeição

Se te sentes assim, perdão
Eu não valho tanto a pena
Não mereço um milésimo de sofrimento
Sou uma criança, apenas

E talvez isso seja o pior
Mas não se machuque, por favor
Ao menos fisicamente
Já que emocionalmente é impossível que isso não ocorra

Não preocupe teus pais
Não preocupe ninguém
Deixa isso só comigo
Acho que eu mereço

Quando dizes que de ti morrera um pedaço
Digo de mim morreram dois:
o teu e o meu
Pois és minha amiga e
Minha amiga sou eu

Descanse mas não fique em casa
Páre de escrever
Isso torna tudo muito pior
Estou pensando em fazer o mesmo...

Eu só queria que você enxergasse suas próprias cores
Queria que você as visse
Como, ao menos, eu vejo
Pois é por elas que te amo

Suplico-lhe que veja as minhas
também
São opacas e sem muito brilho
Mas eu sou assim mesmo
Criança, imaturo, sentimentalista e chorão

Quem sabe um dia cresço
E tudo seja melhor, espero
Mas não valho a pena, repito
Não valho a pena.