sábado, 30 de abril de 2011

Dor de poeta




Eu quero ir pra junto dos poetas
dos cabisbaixos pela dor
Quero chorar não mais pela inexistente musa
nem por cachos e olhos que queimam meu peito
Quero a dor de viver, viver somente
A dor do poeta que tem a íris negra
A dor do poeta que chora a existência vil
Que chora o não-ser em grandes súplicas
a esperar no Nada os confortos da alma...

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Em ebriedade poética




Toda vez que me deito em outros seios
o que sinto é tua perda dentro de mim mesmo...

Seus olhos brilham um olhar de leveza
e eu lhe vejo como Tristão a Isolda
sem frio e com medo...

Levanta, e aceita o que tenho a lhe dizer...
Levanta e faz de cama os teus seios
Para que nunca mais eu possa me perder...

domingo, 10 de abril de 2011

[Sem-Título]




Obrigado por encantar minha vida com a tua voz
Por alegrar meus sonhos com teu olhos, teu cabelos
Obrigado por ser minha menina
Minha mulher

Por segurar minhas mãos frias
e beijá-las com teu fogo e rubor...

Obrigado pelo silencioso amor
que tira a luz de onde nada há
Que como as aves paira serene
em mergulhos céleres ao encontro do mar...

Ao meu amor em letras




Preciso de uma orgia
De muita dor direcionada
Preciso de facas e espadas
pra cortarem-me os pulsos covardes

Não quero mais teus olhos
não por que deixei de te amar
Não quero mais teu olhos, nem teu cheiro
Por que te amar dói, e muito

De porre vive o homem apaixonado
que gira tonto a cabeça
em giros loucos desvairados
em busca da tua face em cada lugar...

Teu abraço que me tinge
de tantas cores que não mais sei
Tua face avermelhada e preocupada
como quem só pensa em uma vida sem amor...

Te amo, como te quis na primeira vez

E te quero, mais que sempre
Eternamente
Sem talvez...

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Quando se ama, se escreve




Quando a vi
mas não pude tê-la
A dor entidade formou-se
E como quem tem grandes machados e foices
cortou-me do peito aos pés
dilacerando meu ser em outros tão apaixonados como o original

Em cada parte do resto de mim
estava sua pele, seus olhos
Seu perfume e seus cabelos
negros
dançando num bailado de tristeza

E na podridão da terra que me comia
com suas larvas e mistérios invisíveis
Só teu riso estava lá
Só teu abraço me sustentava
nas mordidas sórdidas do meu pensamento infeliz
Só teu abraço me livrava
do abismo em que eu me atiraria...

Eu só queria tê-la como minha uma vez
Só queria tê-la, para ser feliz...

sexta-feira, 1 de abril de 2011

[Fragmento]

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E quando meu eu-lirico escreve pensando em você
faz doer em mim as dores do amor
As angústias, as vontades de morte ininterruptas
abotoam céleres meu peito
inflamando devaneios constantes por achar-me em ti...