sexta-feira, 8 de abril de 2011

Quando se ama, se escreve




Quando a vi
mas não pude tê-la
A dor entidade formou-se
E como quem tem grandes machados e foices
cortou-me do peito aos pés
dilacerando meu ser em outros tão apaixonados como o original

Em cada parte do resto de mim
estava sua pele, seus olhos
Seu perfume e seus cabelos
negros
dançando num bailado de tristeza

E na podridão da terra que me comia
com suas larvas e mistérios invisíveis
Só teu riso estava lá
Só teu abraço me sustentava
nas mordidas sórdidas do meu pensamento infeliz
Só teu abraço me livrava
do abismo em que eu me atiraria...

Eu só queria tê-la como minha uma vez
Só queria tê-la, para ser feliz...

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