quarta-feira, 26 de dezembro de 2012
Samba de poeta
O que é que o samba fala?
O que é que o samba diz?
Samba de raiz, roda de gala,
eu sou poeta mas também sou aprendiz...
Quem faz o samba sente a dor sempre mais perto,
não é esperto o poeta que sorri.
Se é longe a alegria do que pensa,
a tristeza, em recompensa, bem contente está aqui...
Eu danço o samba que eu faço e que escrevo
com muito amor e um pesar no coração.
E se a mulata não me vêm dançar não ligo,
puxo um amigo, ou se não der, puxo um irmão...
segunda-feira, 24 de dezembro de 2012
Ante-véspera de Natal
São prantos os cantos do poeta.
E choro, e lástima.
E murmúrio solitário.
Decerto que trocaria o copo apoiado sobre a mesa.
Decerto, tenho certeza, que trocaria por um beijo o seu lamento.
Mas parece que a Musa,
já sabendo do poeta o seu ofício do sofrer,
lhe abastece, bem contente, desta lástima
infinita que o poeta finge ter.
Pois que os amores do poeta são inventados,
e o seu pranto é placebo à solidão.
Mas que ele vive dessa dor dissimulada
é verdade, embora não haja nisto razão.
Eu só escrevo porque eu sei não ser poeta.
Eu escrevo porque o poeta não escreve.
Não interrompe o seu sono, não se mede
por uma frase ou por uns versos corrompidos.
Escrevo porque quero ser poeta.
Porque eu quero, e desejo e necessito.
Ser o poeta que deserda de seu íntimo
em prol da Poesia que lhe dá maior perigo:
o Amor..
E choro, e lástima.
E murmúrio solitário.
Decerto que trocaria o copo apoiado sobre a mesa.
Decerto, tenho certeza, que trocaria por um beijo o seu lamento.
Mas parece que a Musa,
já sabendo do poeta o seu ofício do sofrer,
lhe abastece, bem contente, desta lástima
infinita que o poeta finge ter.
Pois que os amores do poeta são inventados,
e o seu pranto é placebo à solidão.
Mas que ele vive dessa dor dissimulada
é verdade, embora não haja nisto razão.
Eu só escrevo porque eu sei não ser poeta.
Eu escrevo porque o poeta não escreve.
Não interrompe o seu sono, não se mede
por uma frase ou por uns versos corrompidos.
Escrevo porque quero ser poeta.
Porque eu quero, e desejo e necessito.
Ser o poeta que deserda de seu íntimo
em prol da Poesia que lhe dá maior perigo:
o Amor..
sábado, 1 de dezembro de 2012
Moça Branca VII - Dor de amar eu sei de cor
Minha dor se escreve no peito.
E nunca se escreveu melhor
outra coisa em minha pele.
Dor de amar eu sei de cor.
Está tudo aqui gravado,
em meu peito então choroso,
este canto ensimesmado,
canto à Moça decoroso.
Um coração revoltoso,
pela dor embrutecido,
desfaz-se em bela plumagem,
transveste-se em nova paisagem,
fica de amor enaltecido.
O amor é o corretivo
aos delírios do poeta,
vivente dos sonetos infelizes,
ator de uma vida menos reta.
O amor é a vacina
pra doença do viver.
E que falem de outras artes
e outros modos de ao mundo se expor.
É só a Poesia que é rota, que é via:
só a Poesia é Amor.
Para M.
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