derrama-me tuas águas!
Ó, minha Mãe,
minha Mãe d'Água,
afoga-me com teu mar revoltoso,
afoga-me contigo, que tu és o próprio mar!
Odoyá, Orixá-água,
teus colares refletem a luz pro meu caminho!
Janaína, Orixá-vida,
sou teu filho pescador e
sei que não estou sozinho!
Dia dois é que eu te canto
vestido de azul e branco
com turbante na cabeça.
Dia dois sinto a firmeza
do meu nascimento nas águas de prata.
Minha Mãe, levo-te flores
e barquinhos de amores
carregados de perfume!
Te pedindo, ó Mãe Querida,
que tomes conta da minha vida,
que resguarde a minha casa,
o meu sobrado pequenino.
Axé, minha Mãe, é o que peço!
E rezo, e trabalho, e sofro!
Ainda tenho o alvoroço
das confusões por ser criança...
Dá-me a tua esperança ante a causa já perdida!
Dá-me o sopro que se cala, dá-me a voz que já não fala,
que tu és a rocha mais firme que me ampara nesta vida!