domingo, 12 de agosto de 2012

Cataclismo



Jogo fora meu vinho
só pra te ter mais consciente de meu pecado.
Apago meu cigarro
só pra te ver acordar em mim por mais 30 anos.

Há um Sol que teima em nascer na minha escuridão.
Não gosto disto e gosto.
É uma profusão...
Pareço um exército que canta antes da batalha.

Vontade de matar - Vontade de morrer
Uma confusão infinda.

Só me resta o poema barato,
sem custo, a servir pra porra alguma.
Nem aliviar a tensão.

Talvez a vida deva ser assim, por si só.
Talvez a felicidade não exista.
Talvez o Amor não exista,
seja apenas um nó que atrapalha o caminho da perversão.

Talvez eu esteja muito louco,
muito bêbado, lúcido demais.
Talvez o Belo seja a guerra interna, não a Paz...

Quem vai impedir de ser
aquilo que já é? Deixa fenecer!
Afinal nada fenece.
O salário da Existência é a morte que adormece.
O salário da Morte é a existência que perece.

No mais, só mais um adendo:
eu gosto do fundo, do sórdido, imundo.
Da paixão que me leva ao inferno, do submundo - Detesto o raso.

Como o poeta já disse, confirmo: eu gosto é do estrago.


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