domingo, 10 de março de 2013

Poesia de parir

Poesia é parto.
Parto normal.

Escrever é cuspir o amargor do mundo,
é como se libertar daquilo que lhe liberta.

Poesia dói nos quartos mais claros da alma.

Escrever é um ato de sacrifício,
é tecer sobre a própria pele todo amor e todo dissabor da vida.

Poesia é apagar a luz e se deixar sozinho na escuridão.

Poesia é parto normal.
Parto normal no escuro.

Grita-se, poema-se: mais uma culpa ao mundo.

2 comentários:

  1. Minha parte favorita:
    "Escrever é um ato de sacrifício,
    é tecer sobre a própria pele todo amor e todo dissabor da vida."

    Lindo, meu bem! Sinto exatamente isso! Lindo! Lindo!

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