Abandonei todos ou outros
que um dia já me fizeram alegria
Eu tinha um amor
e nele depositava todo o meu apontamento
Amor de verddae, de gente branca
Amor das veredas sem ópio
e das esquinas com luz
Eu depositei, repito, toda a minha força motriz
Mas antes da aurora de minha vida
sem a Poesia - sonho de todo poeta
eis que a dor do abandono
qual faca de vil engano
cravou-me o peito, reta
E minhas córneas já não mais viram
o sabor doce que é amar
Os demônios da noite aplaudiram
a derrama de sangue em meu agora morto peito
E o desfeito daquela que julguei
ser a mulher de minha vida
foi quixotesca traição
como aquela de lua para mar
Hoje já não quero mais o amor
nem mais as alegrias que supostamente me traz
Amor é capaz de ferir
Capaz de chorar, de sorrir
De acabar com toda a pureza
que em mim existia há tempos atrás...
Nenhum comentário:
Postar um comentário