domingo, 18 de dezembro de 2011

A prostituta do trem



Meretriz menina,
te vi hoje no trem...
Cansada, franzina,
dona de uma tristeza sem igual...

Por Deus, nosso Pai,
que dor estava em teus caídos olhos!
Alegria não mais, eu sei,
só a vontade de ser o que hoje não és.

Meretriz menina,
que espécie de lugar te abriga,
que cabarés compram teu corpo
de virgem, de pureza, de inocência, de infância?

Por Deus, nosso Pai,
que pescoço que não se ergue!
Quero saber dos vermes que lhe encostam,
eu não consigo crer...

Meretriz menina, segue teu caminho,
salto eu na próxima estação.
Foi desconfortável ver-te hoje,
tão fora de si.
Foi desconfortável saber que fui amar uma mulher de verdade.
Que precisei ir embora. Que precisei saltar,
e te deixar ali.

Um comentário:

  1. Muito bom, meu caro amigo! Não fazia ideia que você escreve poemas! Aprendamos uns com os outros doravante!

    Muita paz!!

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