sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Carta aos pais neoliberais


Horizonte de utopia nesta terra se estilhaça:
não há bem o que dinheiro produza
que pague as vidas que traça!

E tu, da média classe brasileira,
classe mérdia e trambiqueira,
deverias juntar-te aos pobres, tua classe verdadeira!

Mas por teres já um carro
e teus móveis por prestação,
pensas estar num nível elevado,
pensas ter um importado enquanto dormes no chão!

Ah! homem-pai que cria um filho semelhante,
crias um homem para um futuro certo:
imundo, sujo, impuro, errante...
Ah! mulher rica, mãe de aspereza,
a soberba de tua cria
é dos pobres a tristeza...
Ah, mulher rica, vil burguesa,
geras em teu pelego ventre um monstro algoz, infecundo...

Classe média brasileira
- a mais nojenta do mundo!

Um comentário:

  1. Estou assustadoramente maravilhado com essa poesia. E é de um espanto que me faz rir de um forma tão estranha. E tudo isso para dizer que sem dúvida concordo com o texto e concordo também na qualidade dele. Está de Parabéns!

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