quarta-feira, 25 de abril de 2012

Palidez sadia




Boa noite, moça.
É com muita vergonha que lhe venho...
E espero que não seja com desdenho
que recebas esta carta de saudades.

Hoje faz mais alguns dias
que não nos vemos, nem nos falamos...
Parece até que nunca nos amamos,
que nunca tivemos amizade.

Dizem que é teu direito sumir
e se livrar, mesmo que superficialmente, de mim...
Mas bem sei que não é assim,
sei que a vontade de rever é grande.

Espero que tenhas melhorado
e que minha carranca já lhe tenha sumido...
Sempre estive contigo, sempre lhe fui amigo
e de monstruoso só tenho a minha inconstância.

Hoje não sei ao que me dedico.
A liberdade é muita e extasiante.
E muito embora me cause o gosto rascante,
o vinho tinto sempre há de ser bom...

Que as águas corram,
e corram depressa para que nos vejamos.
Pois que a história e a filosofia são amigas de anos
e não somos nós quem isso determinamos.


Sim, é para você.

5 comentários:

  1. Lindo!!!Alimenta a ternura nos afetos....

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  2. Texto muito bonito. Mas eu, sinceramente, te desejo mais vida bonita (e feliz) do que textos bons... Saudades, amigo!

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  3. Eu gosto tanto das boas palavras.. não ligo muito pra vida bonita, e feliz, rs... deixa como está, talvez seja o que deve ser.

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  4. LINDO GUILHERME!!!!
    VOCÊ ÉUM POETA sui generis,porque vive do exercicio de AMAR...

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  5. Eu também já disse muito isso também, Gui. Eu realmente te entendo... mas as vezes me pergunto se não seria melhor viver bem do que escrever bem... mas sei que nós dois acabaremos escolhendo "escrever bem".

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