domingo, 20 de maio de 2012

Carmesim


Meu cabelo está vermelho,
cor de sangue quando brota
do dente que cai, da porta
aberta no coração apunhalado...
Meus olhos estão vermelhos
da cannabis que não fumo,
dos socos tomados em casa
por aqueles que não me amam..
Minha boca está vermelha
do batom que uso escondido,
dos cortes provocados pela tua mão
em delírio...
Minhas mãos estão vermelhas
e também os meus pés grandes...
Vermelhos pelo sangue e também pelo fogo
da frigideira em que estou depositado...
Meu corpo está vermelho por completo.
Só não sei se é vermelho-inferno,
vermelho-amor, vermelho-inferno-amor
ou outra merda que se enquadre...
Mas tudo está tão vermelho,
num vermelho tão confuso,
num vermelho tão uno,
que creio não ter no mundo mais cor nenhuma...

2 comentários:

  1. Belo poema que finda monocromático por total infelicidade do Eu-lírico!

    Muita paz, caro amigo!

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