sábado, 9 de junho de 2012

Gosto


Eu não sei que força é esta que nos arrasta,
que nos transforma em seres únicos,
que nos mantém firmes mesmo em meio a tempestades...

Eu não sei que laço é este, meu bem,
que nos une de modo recíproco,
que nos une sem a obrigatoriedade do mundo.

Nosso caso parece uma valsa,
uma chuva que cai no telhado. Eu gosto.

Nossa força parece uma ópera,
me lembra Caruso, Surriento.
Tem gosto de livro com café fresco
ou requentado. E eu gosto.

Nosso sorriso me é um cântico sagrado,
o final da reza, o amém.
Lembra-me os tambores dos africanos.
Parece-me o fogo infinito
dos infinitos segundos dos anos. E como eu gosto.

Nosso afeto tem gosto de pão quente com manteiga
ou sem nada.
Tem gosto de chocolate, de coalhada,
de pêra, de pipoca doce. Eu gosto.

As boas coisas do mundo têm
para mim, meu bem,
o seu gosto e o seu cheiro.
Gosto de terra molhada,
de pimenta vermelha, de batata assada.
Cheiro do que é sempre inteiro.

E como eu gosto! E como eu gosto!


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