sábado, 4 de agosto de 2012

Ao diabo



Ao diabo as alegrias,
as fantasias do coração.
Ao diabo as surpresas desejáveis,
as homilias, o pão...

Ao diabo toda festa,
toda forma de sorriso.
Ao diabo a libido
da pobreza e ostentação....

Ao diabo a menininha
que não quer tornar mulher.
Ao diabo o dia "belo",
recheado desse Sol.

Ao diabo o céu claro,
todo limpo, sem o cinza..
Ao diabo as flores todas,
as cores todas do arrebol...

Ao diabo o meu sorriso,
empecilho da Poesia...
Ao diabo o diabo,
e as luzes claras do dia.

Porque eu sou filho das Trevas.
Das negras e sórdidas Trevas.
E assim nasce meu poema,
e assim brota o Algo do Nada.

Que eu sou o traço do raio que cai,
a água que do chão se alevanta,
a Bela Tristeza que canta,
a fome que não é saciada...

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