quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Caneta sem tinta

Não há imagem, não há ruído, não há poema
que nos transcreva o pesar de um grande homem!
A sua dor é bem maior, e o consome
pelas beiradas do corpo físico e também mental!

Abaixo fotógrafos, músicos e poetas,
seres de muita luz e pouco Ser!
Abaixo pela verdade,
pela ousadia que julgam em si reter!

Não há um nada, um "Quê" sequer,
que nos diga da aflição humana!
O conhecimento de nada nos vale,
embora nos resvale à sua vil choupana!

E este pesar infinito, dor bonita da Poesia,
decerto nunca terá fim!
E seja no rabisco de um livro, ou em bela fotografia,
a dor ou a alegria pinta-nos todos de seu carmesim!

E aqui está a prova, insossa e também concreta,
de que a vida do poeta é escrita em linhas tortas...
Se a parede é a Poesia flutuante,
a maçaneta é a chave delirante
para que se abra a porta!

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