segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Que eu beijei o mel na boca de uma mulher





Eu nunca beijei uma boca tão macia quanto a tua.
Toda a minha agressividade,
toda a minha dureza de bêbado louco se desfez.

Teu beijo foi a primeira vez,
foi a primeira vez que encontrei estrelas no céu da boca de alguém.
E eu sei do desdém e do descaso,
da paixão e do arraso de uma boca feminina
quando repousa na minha.

É a triste sina do menino-homem,
do homem-jovem poeta.
Mas se tua língua vem e me perde,
escolho sim esta vida, vida assim, menos reta.

Pois que não há de ser pior do que já foi.
Tu não hás de me pintar com cores mais doloridas
do que as que já me foram pintadas.

Estou me sentindo passarada.
Água pingada da chuva que corre ao encontro do mar.
E se a vida for mais tranquila sem a paixão submergida,
eu fujo contigo às turbulências da paixão do afogar!

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