quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Vida

Vai-se o rumo na vida.
Vai-se o fio da meada.
A poesia galopeia no fora do tom
das coisas que não se dão tempo de serem ditas.

Vai-se o rumo na vida,
que a vida não é um ato de poesia.
É antes o borbulhar das coisas que não se dão tempo,
o vento sem o cheiro do pão fresco,
a borboleta morta e o Sol tapado com uma cortina cinza.

Vai-se o rumo que não era vida,
que era o caminho de não-vida, poesia.
Vai-se porque hoje muito se vive
e pouco se escreve.

A poesia é morte das coisas não-mortas.
A vida - tudo aquilo que não se escreve.

2 comentários: