quarta-feira, 10 de abril de 2013

Tu e teus homens inúteis

Não te escreverão poemas.
Não te enviarão cartas de amor.
Esses homens como os teus
são da carne comum do dia.

Não há cafés e livros que se cheiram
com estes homens inúteis com quem tu andas.
Não há cheiro bom de coisa velha.
O cheiro velho dos teus homens não é de alfazema,
nem de lavanda.
É de mofo.

O teu paladar não sentirá as
estrelas do céu da boca do poeta.
E constelações não haverá
no céu de tua treva.

Não te escreverão poemas,
porque estes teus homens não falam pelas palavras.
Estes teus homens gritam pela pele,
e somente pela pele,
o que tentam sentir mas não sentem.

Não te escreverão poemas
porque teus homens inúteis não te veem pelos olhos.
Teus homens inúteis e vazios de si
enxergam apenas o que a luz faz do mundo: reflexo.

Eu te escreverei poemas.
Não os entregarei, pois que tu quiseste ser livre
e todo poema escrito é prisão de coisas sentidas.
Eu te escreverei poemas guardados em mim,
escritos em minha alma
com a pena da asa da tua liberdade.


Para Moça Branca

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