quarta-feira, 19 de junho de 2013

Outros mapas

Mulher das cartas da terra,
escreves, porventura, também cartas pelas mentes?
Onde desenhas teus mapas
de ar e de águas,
teus mapas astrais?
Onde escreves tuas cartas,
teus anos e datas, teus portos, teu cais?

Mulher da rocha luzidia,
me digas com o sabor de teus sons noturnais
onde estás,
onde estás para que eu possa vê-la a todo sempre,
sem cessar...

Geógrafa das planícies não concebidas,
dos vales e montes e morros que ainda germinam no âmago da Terra!
Me digas, senhora das carnes da serra,
onde tu te enlevas e te cobres de pluma...

Ó mulher das contas da Terra,
que escreve sobre o mundo palpável,
me digas onde vai o teu coração!
Me digas onde estão os pés que lhe andam...
Me digas se lhes desandam
ou se o descompasso do compasso é preciso!

Me digas,
e digas mais do que isto,
senhora dos temores e sumiços,
senhora da geologia dos perdidos:

Me digas o que é isso que eu sinto!
Me digas o que é isto que eu sinto!


Para Isabô

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