sexta-feira, 17 de junho de 2011

Coisa de velho, coisa de quem ainda sabe amar





Velho
Sem dominós e sem damas
Sem baralhos e jogatinas

Velho
De paredes do quarto vermelhas
De janelas sem bordadas cortinas

Velho
Que reclama por querer ouvir sua boa música
Que só quer pensar sozinho na infinidade das noções poéticas

Velho
Que lê tantas quantas dialéticas
E que samba no chorinho que não é pra jovem

Velho
Que toma licor de café e come bombons de marula
Que faz o que só os velhos podem

Velho
Que conhece o verdadeiro contemplar do mar...

Velho
Que escuta Disritmia
Que sabe valer mais a noite do que o dia
E que escreve poema quando quer amar...


Para Clarice Ramiro, que me ensinou que o samba também fala bonito
Para Willian, que me acha o jovem mais velho do planeta

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