quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Dona de meu ser



Lembra-se de quando lhe encontrei nua em seu quintal?
De quando brincávamos de esconde-esconde
a deitar entre as pedras por onde nos esgueirávamos?
E dos tempos que soltávamos os papagaios do teu avô?
Te lembras? Te lembras?

São tempos ávidos em minha mente
Tempos de amor e de amar a todo momento...

E tu, doce de meus lábios cadentes
Tu me eras um tormento
de desejo e excitação juvenil...
Minhas poesias eram sempre um prato
de alívio ante as horas sem teu colo,
sem teu seios a me afagar...

E os banhos de lua que tomávamos
todos os dias
faziam de tua pele mais alva neve que a própria neve
E tudo aquilo que eu lhe devo,
tu, creias, não me deves...

Nosso amor que se perdura
em tão pouco e transcendente tempo,
é-me o alívio por achar-me em ti.
É-me a certeza da volta do Sol
depois da noite de escuridão.
É-me o céu no inferno.
É-me a agitação e o ermo,
o início e o término,
gélida água em ebulição...

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