segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Poema para o ser que me deixa feliz



Que poder é este que possues sobre mim?
Que poder é este que tens sobre mim
e que me deixa tonto
a ser levado pelo desembaraçar de tuas mãos,
pelo navegar de tuas embarcações?

Que feitiço é este com que me deténs
e me aprisionas, e me encarceras
nos alçapões vermelhos de teu peito alvo?

Que prisão é esta
que me enche em graça,
que me salienta
e me arrebenta de prazeres vis?
Que tortura é esta,
quando me chicoteias com silêncio,
com frieza, com prazer?

Que espécime és tu, espírito superior
anjo decaído,
que transveste despido
e veste-me o corpo de nu?

Pois que singularidade és tu,
com graça viva e perversidade,
com cabelos negros e flores-de-lis,
que triste me deixas a morrer no teu corpo em vontades
e que,
mesmo na instância alta de virilidade,
me canta e me encantas
em teus sonhos vívidos e febris...

Que ser é este, Senhor?
Que ser é este
que pelo simples ato de voar pelas calçadas
me fita e me pára
a abrir-me nos lábios o sorriso feliz?

Me diz, Senhor, me diz
que ser é este que me deixa feliz...

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