sexta-feira, 20 de julho de 2012

Aurora


Aurora,
vestígios de uma noite aleatória,
retrato-falado da degradação do homem,
parte mínima e a priori da escória...

Aurora,
gosto quente e cortante e ao mesmo tempo doce,
cor do sangue quando muito coagula,
embebedas o homem com líquida textura
e o faz pensar que não era o o homem que já quis que fosse.

Aurora,
misturei-te co'a cevada bem gelada
e espumaste em minha boca já tão fria
o gosto ocre da encorpada alegria
saltitante de minha língua estalada!

Aurora,
não pensei que fosse chegada a hora
de ver tua bela garrafa vazia...
Mas é tempo do insano ir embora,
levar suas malas tristes para fora,
e dar adeus aos encantos da boemia.

Para Vitor e Ana.

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