Há no mundo tantos meandros,
tantas ruas, tantas vielas,
tantos descaminhos astutos,
tantas composições feias e belas!
Há caminhos desvairados
por dentre as serras mui nebulosas...
Há palmeiras enviesadas,
leites com mel e leite de rosas.
Há as trevas e os grandes poços
mui lamacentos.
Há cidades deveras belas com grandes portos,
e há Sorrento.
Há no mundo tudo o que sabemos
e aquilo, também, que não se pode conhecer.
Há tantas infinidades,
há paixões grandiosas e mediocridades,
viveres e fenecer...
Só não há no mundo o Amor,
nem qualquer pequeno galho que dele descenda.
Pois que não há monstro que sinta saudade,
nem que do afago de algum bem dependa...
Tal é a vida do Homem,
que é no mundo apenas do nada representação...
Que é o monstro que a si próprio consome,
e que só sente fome do vazio da ostentação...
Nenhum comentário:
Postar um comentário