sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Cidade-clausura

Não aguento esta distância, esse abismo.
Esta cidade transvestiu-se em mortalha.
Fica contida a minha paixão infinita,
está cercada por muros. Não espalha.

Estou de um lado, você de outro.
Tu te banhas só do amor que vaza dos furos
que eu cavo com minhas unhas de esboço
e com o pensamento em nosso futuro.

Eu desejo, meu amor, tão grandemente,
de que com todo o meu amor te vais banhar!
Quero-te ser bem mais que a terra que firma teus pés...
Quero-te ser a inconstância das águas do mar!


Para Luisa Sant'Anna

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