quarta-feira, 7 de novembro de 2012

É o que temos pra hoje

É o que temos pra hoje.
Amar e não sermos amados.
Querer o beijo de quem não podemos.

O que temos pra hoje é a angústia
de querer fugir e não poder.

É o que temos pra hoje.
Esta noite calorosa sem amor.
Esta fome grandiosa de paixão,
e nem uma mísera migalha para nos mitigar o desejo...

O que temos pra hoje, camarada,
é a cova funda da Solidão.
É o descompasso em nosso peito aberto,
é a Treva, o Obscuro, a Ilusão.

É o que temos pra hoje.
E talvez pra amanhã.
E talvez pra depois, e depois, e depois.

É o que temos pro ad aeternum:
essa coisa de estar bem
só se estivermos a dois.

4 comentários:

  1. Te entendo.
    Mas atualmente tenho aprendido essa coisa de estar bem sozinha.

    Bravo! Vc se supera sempre nas poesias, sabia?

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    1. Ô, meu anjo! eu juro que bem tentei, mas não consigo estar só! Mas veja, para mim, não estar só não significa estar acompanhado! nem que ao menos seja uma paixão impossível, inventada ou sei lá! preciso estar cheio de outra pessoa também!
      E obrigado pela força de sempre! o intuito é passar o que sentimos!

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