quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Preta do Jongo

Sei que preferirias o meu peito invocado
dançando contigo na roda negreira do nosso terreiro.
Sei que preferirias meu punho cerrado a combater
o açoite desumano do chicote dos brancos.
Sei que preferirias que eu fosse ketu, como tu,
em vez de torpe rapazola amedrontado.

Mas tua imponência me dá medo, minha preta.
E tuas saias de kizomba entorpecem-me a alma.
Quando tu danças com os deuses esse jongo,
e repartes para os homens o suor de um Orixá
- Oh, minha amiga preta, minha Preta do Jongo!
a vontade que tenho é de contigo dançar!

Preta do Jongo, preta de minha alma,
a poesia é a única dança que me acalma!

E eis aqui o teu poema, amiga minha!
Que Aruanda nos proteja de todos os males,
e que Olorum seja a terra que nos aninha!


Para Tainá Gamelheiro


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